O TERRITORIAL – Grupo de pesquisa Território Praticado, Conjuntura e Tecnopolítica tem como objetivo investigar dinâmicas territoriais do presente, problematizar tensões da conjuntura às práticas do planejamento territorial latino-americano e analisar dinâmicas das tecnopolíticas do planejamento em um contexto marcado pela intensificação das tecnologias da informação e da comunicação (TICs) na mediação de usos do território na América Latina.

Por meio de cinco linhas de pesquisa, o grupo busca avançar no arcabouço teórico e na análise de experiências empíricas que permitam contribuir para a compreensão do território usado e praticado do presente. As linhas “Psicosfera e teoria do planejamento territorial”, “Imaginários e disputas de sentido no planejamento urbano” e “Comunicação, território e conjuntura” problematizam o papel crescente da dimensão dos imaginários e sentidos em circulação para a organização dos territórios, olhando respectivamente para a formulação teórico-conceitual sobre psicosfera nas teorias do planejamento territorial, para as disputas de sentido no imaginário urbano em práticas de planejamento hegemônicas e contra-hegemônicas e para a organização da comunicação no território e suas repercussões à análise da conjuntura. As linhas “Tecnopolíticas do planejamento urbano, direito à cidade e dados” e “Técnicas e práticas participativas e insurgentes no planejamento territorial latino-americano” buscam investigar tensões, possibilidades e limites das práticas de planejamento na América Latina baseadas, respectivamente, na dataficação e uso intenso de mediação das TICS e nas metodologias e processos participativos, cogestivos e de reivindicação por participação popular nos territórios.

Linhas de Pesquisa

Psicosfera e teoria do planejamento territorial

Esta linha de pesquisa busca explorar contribuições à teoria do planejamento territorial com base no partido de método de Milton Santos. Dentre o amplo cabedal conceitual legado pelo autor, a ideia de psicosfera, enquanto par dialético da tecnosfera, compõe um conjunto de noções e proposições que não chegaram a ser plenamente desenvolvidas em decorrência do falecimento do autor. Esta linha de pesquisa busca contribuir com um processo de melhor definição da noção de psicosfera, integrando-a ao método geográfico, e buscar caminhos de operacionalização dessa noção conceitual nas análises do planejamento territorial, bem como nas investigações das dinâmicas territoriais do presente.

Imaginários e disputas de sentido no planejamento urbano

Esta linha de pesquisa busca investigar disputas de sentido no planejamento urbano latino-americano, por meio da análise de aspectos do imaginário urbano e das representações socioespaciais que acompanham as práticas hegemônicas e contra-hegemônicas de planejamento. Esta linha busca analisar a produção do imaginário urbano dominante e sua relação com as práticas de planejamento, no contexto de empresariamento urbano e da urbanização corporativa; e investigar disputas no imaginário a partir de projetos contra-hegemônicos para as cidades.

Comunicação, território e conjuntura

Reconhecendo o papel central da comunicação nas conjunturas dos usos do território no presente, esta linha busca compreender o que o território usado revela sobre o papel da comunicação na conjuntura atual, investigar como a organização da comunicação no território condiciona as possibilidades de debater outros projetos de futuro e dar subsídios para leituras da conjuntura que considerem a tensão entre as inovações e o preexistente nos arranjos espaciais. A linha abrange investigações críticas sobre a concentração de propriedade e geográfica da mídia na América Latina e suas consequências à conjuntura.

Tecnopolíticas do planejamento urbano, direito à cidade e dados

Esta linha de pesquisa foca na investigação das tecnopolíticas do planejamento urbano em conjunturas marcadas pela intensificação da adoção de práticas mediadas por tecnologias da informação e da comunicação nas cidades. A linha busca explorar possibilidades e limites da agenda das cidades inteligentes à democracia urbana e à efetivação do direito à cidade, mapeando práticas hegemônicas e contra-hegemônicas de planejamento no marco da dataficação, da proliferação da agenda das smart cities e da emergência de ativismos digitais disputando outros projetos e usos das tecnologias.

Técnicas e práticas participativas e insurgentes no planejamento territorial latino-americano

Esta linha busca investigar práticas, técnicas, instrumentos e metodologias de participação popular no planejamento territorial latino-americano que buscam a ampliação da democracia no planejamento. Reconhecendo a América Latina historicamente como um laboratório de práticas participativas e de ampliação democrática, simultaneamente ao reconhecimento de conjunturas marcadas pelo enfraquecimento da democracia no continente, a linha abrange o levantamento e análise de práticas de participação popular e cogestão Estado-sociedade já consolidadas e também processos dialógicos com diversos atores da sociedade permitindo a observação de experiências participativas e práticas insurgentes da atualidade.